R: Viagens de bicicleta! Houve uma explosão na tendência bikepacking. As pessoas saem de casa por alguns dias e vão para outra cidade, outra região, outro destino. No final das contas, a jornada não é o destino, mas o caminho para chegar lá. Também há pessoas que vão de comboio com a bicicleta e regressam de bicicleta, ou apanham o comboio para andar de bicicleta por Itália, Suíça, Espanha. Acho que há uma tendência fundamental para andar de bicicleta, fazer caminhadas, fazer coisas apenas com as pernas. Há um espírito de peregrinação que está a tornar-se cada vez mais prevalente.
> Como é que convence os viajantes a escolherem as viagens ecológicas em vez das tradicionais?
R: Eu acho que isso acontece por si só. O nosso trabalho é surfar a onda e seguir as aspirações da nossa comunidade. É preciso decifrar as tendências, as atividades que resultam e depois oferecer as coisas certas. Tentamos fazer duas coisas: primeiro, tentamos tornar as regiões de França tão sexy como as da Costa Rica e isso é um esforço de marketing. A segunda coisa é tornar a reserva o mais fácil possível. Fazer uma microaventura deve ser tão fácil como reservar um Airbnb em Barcelona. E foi o que fizemos: aceder ao site do Chilowé, inserir as datas, escolher uma microaventura, fazer a reserva e pronto.
> Pensa estender a sua oferta a outros destinos europeus?
R: Já estamos! Estamos a oferecer microaventuras em Itália, Espanha, Suíça, Bélgica e, eventualmente, na Catalunha. Nós traçamos a linha nas viagens aéreas, essencialmente. Se puder chegar de carro, ou, idealmente, de comboio, nós temos oferta, porque há coisas magníficas para ver ali mesmo ao lado.
> E o próximo passo seria criar a sua própria marca/selo?
R: A marca Chilowé está destinada a evoluir para um modelo de mercado, na qual as pessoas podem oferecer estadias na nossa plataforma. Vamos tentar aumentar o número de oportunidades para as escapadelas e viajar. Mas porque é que os guias, as pequenas agências ou organizações querem estar no Chilowé? Porque a nossa marca é descontraída, a comunidade de pessoas que se inscreve é descontraída e cool e os valores também.
> Qual é a sua posição relativamente a viagens mais longas? Vê como o melhor compromisso entre viagens aéreas e responsabilidade ambiental?
R: O nosso objetivo consiste em aumentar as nossas ofertas para permacultura, agricultura, meditação e alimentação. A nossa ideia de micro aventura é ser local e perto de casa. Agora, se me perguntar, sim, a ideia é fugir com mais frequência, mas mais perto – e ir para o outro lado do mundo com menos frequência. Acho que é uma mistura entre viagens curtas duas ou três vezes por ano e uma viagem longa uma vez a cada dois anos.